ATENÇÃO: Essa resenha terá spoilers de Coração de Tinta, primeiro livro da trilogia.

          Nesse segundo livro, os acontecimentos se passam logo após Coração de Tinta, quando as coisas já estão mais calmas. Dedo Empoeirado finalmente consegue convencer um leitor a mandá-lo de volta ao livro, no entanto, não foi Mo e sim Orfeu, uma das poucas pessoas que possuem esse dom, como Mo e Meggie. Orfeu prometeu mandar Gwin e Farid junto de Dedo Empoeirado, porém eles ficam. Farid então procura Mo para pedir que ele o mande para dentro do livro, para que possa viver junto de Dedo Empoeirado. No entanto, como vimos em Coração de Tinta, Gwin é o fator principal da morte de Dedo Empoeirado no livro, então ele deixa Gwin propositalmente, acreditando que já como Gwin não estará no livro, sua morte será adiada. 

          Na casa de Elinor, onde vivem agora Meggie, Mo, Resa e Darius. Meggie continua fascinada pelo Mundo de Tinta apesar de tudo que aconteceu com ela e sua família. Com isso, Farid a convence a mandá-lo para o Mundo de Tinta, porém ela descobre que pode ler a si mesma para dentro das histórias, e assim o faz, junto de Farid e Gwin.

          Logo que Mo e Resa descobrem o que aconteceu com Meggie e Farid, Orfeu, Mortola e Basta invadem a casa de Elinor e mandam Mo e Resa para dentro do livro. Lá eles descobrem as atrocidades de Cabeça de Víbora - um cara pior que o Capricórnio -, Mo fica muito ferido, por o confundirem com Gaio, um personagem que Fenoglio criou inspirado nele.

          Já Meggie junto de Farid, descobrem as maravilhas do Mundo de Tinta e também o lado sombrio daquele livro. E descobre cada vez mais sobre o seu dom - no qual administra cada vez melhor - e as coisas boas e ruins que ele pode trazer.

          Nessa aventura dentro da história do livro, eles precisam de Gaio, e sem ele nada será possível. Com ajuda de praticamente 80% do povo é iniciada uma luta pela salvação de Mundo de Tinta e principalmente uma batalha contra a Víbora.

          Cornelia Funke é uma escritora fantástica, consegue fazer com que tudo se encaixe perfeitamente, mas deixando alguns mistérios ainda não resolvidos que ficam na imaginação do leitor. No entanto, a escrita dela se tornou um pouco cansativa quando ela descreve minuciosamente o que está em volta dos personagens.

          Adorei como o relacionamento entre Meggie e Farid se desenvolveu, me apaixonei por eles, pelo fato de ser o "primeiro amor" de ambos. Meggie por muitas vezes se pareceu egoísta, porém acredito que talvez eu ainda teria feito tudo o que ela fez.

          Sangue de tinta manteve o nível do primeiro livro, as cenas de ação e fuga são quase constantes. O final encaminha a história para o ser final no terceiro livro, Morte de Tinta. Ainda existem muitas perguntas e eu espero que elas sejam respondidas no próximo volume.